Região
'Estamos em uma situação muito delicada, para não dizer caótica', diz prefeito de Candiota sobre bloqueio da BR-293
Estradas vicinais enfrentam pressão com fluxo de mais de mil veículos diários devido à interrupção da rodovia principal
por Rayssa Bittencourt
Mobilização articulada pelas prefeituras de Candiota e Hulha Negra bloqueou, na tarde de segunda-feira, dia 9, trechos entre os dois municípios, como a Rodovia Miguel Arlindo Câmara e o acesso à Trigolândia, com o intuito de chamar atenção dos governos do Estado e Federal sobre a situação da BR-293.
Vale lembrar que o Departamento Nacional de Infraestrutura e Trânsito (DNIT) havia bloqueado a BR em virtude das chuvas que atingiram a região em setembro e, com isso, bitrens, carretas e veículos de pequeno porte passaram a utilizar a estrada que liga a Trigolândia ao Seival, passando pela UTE Pampa Sul. Segundo o coordenador da Defesa Civil de Candiota, Flavio Sanches, a estrada vicinal não está preparada para um tráfego tão intenso de veículos de carga que vem das regiões Sul e Fronteira Oeste, necessitando de manutenção constante, o que está sendo arcada pelo município. “Os municípios não estão recebendo nenhum apoio para a manutenção”, disse ele ao JM.
De cordo com Sanches, o bloqueio está sendo realizado para gerar um impacto no trânsito, impedindo a entrada de veículos de carga, visto que os mesmos "estão destruindo as estradas vicinais". Alguns motoristas de veículos de passeio que trabalham em Candiota precisaram fazer um desvio de mais de 20 quilômetros por estradas vicinais para acessar o municipio.
Procurado pelo JM, o prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, expressou suas preocupações e demandas em relação à situação crítica da infraestrutura rodoviária. O chefe do Executivo descreveu a situação como caótica. “Desde o momento que foi interrompida a BR-293, nós estamos em uma situação muito delicada, para não dizer caótica. Estamos recebendo cerca de mil veículos diariamente, mais de 500 caminhões. E as nossas estradas estão comprometidas”, lamentou.
A interrupção da BR-293 já foi amplamente noticiada e é resultado direto dos danos causados pelo clima extremo. No entanto, agora, os prefeitos de Candiota e Hulha Negra estão focando seus esforços em chamar a atenção dos governos federal e estadual para buscar soluções urgentes para que a via seja restaurada rapidamente, garantindo que não haja mais estragos. "Faremos uma reunião com todos os vereadores e secretários. Nós precisamos do apoio das esferas estadual e federal, porque esse compromisso é de todos. A BR está sendo recuperada, o DNIT está fazendo o acesso. No entanto, nossos municípios estão em uma situação muito difícil. A gente espera o apoio do Exército Brasileiro, do próprio DNIT, naquilo que puder nos ajudar, e do governo do Estado para que a gente possa minimizar o impacto”, finalizou Folador.
Construção de desvio tem início
Desde dia 23, o KM 151 da BR-293, entre Hulha Negra e Candiota, próximo a ponte do rio Jaguarão, está bloqueado para a realização de obras e escavação da pista em razão do pavimento ter cedido, devido às fortes chuvas.
Para facilitar a circulação de veículos enquanto o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) não executa obras de recuperação asfáltica com escavação no KM 151, um desvio lateral da pista foi iniciado para amenizar o impacto no tráfego no trecho.
Segundo informações do Jornal Tribuna do Pampa, o desvio terá em torno de 450 metros e será do lado direito da rodovia, sentido Pelotas-Bagé, e deverá ser concluído entre 20 e 30 dias, dependendo das condições climáticas.
Enquanto a liberação do desvio não ocorre, como rota alternativa, para quem precisa se deslocar entre os municípios de Bagé e Pelotas, o Dnit indica utilizar a BR-153/RS e ingressar na BR-392/RS.
Procurado pelo Jornal Minuano, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes não forneceu mais informações sobre a obra até o fechamento desta edição.