Saúde
Comida de verdade não faz mal
por Viviane Becker
Criou-se, ao longo do tempo, uma “demonização” da comida. É bastante comum pacientes chegarem nos consultórios de nutrição já relatando: "não como arroz", "não como feijão", "não como batata", etc, achando que estão fazendo algo correto para sua saúde. Na verdade, o vilão é outro, é o produto processado e ultra processado, o qual a indústria alimentícia nos oferece. Alimento processado e ultra processado é aquele fabricado com a adição de sal, açúcar, gordura ou outro aditivo que o torne mais durável, palatável e atraente.
Com a vida moderna estando cada vez mais corrida e nós com cada vez mais afazeres, parece uma boa opção um lanche ou refeição rápida e prática a qual só se precisa abrir um pacote e aquecer ou, às vezes, nem isso. Mas, na verdade, é uma armadilha para nossa saúde. Esse tipo de alimento apesar de ser altamente calórico não nos dá saciedade e ainda é muito pobre em nutrientes.
"Arroz, feijão, carne, frango, fruta, verdura, legume, leite, ovos não engordam por si só, não fazem mal, a menos que a pessoa tenha alguma doença associada a qual precise evitar algum desses alimentos", destaca Ana Paula Narvaz, nutricionista que atua na Clinipampa. Segundo ela, a partir dos anos 60, com a implementação da indústria alimentícia no país, vem se percebendo uma modificação no perfil alimentar do brasileiro e isso está impactando negativamente, junto com outros fatores, a saúde da população.
"Precisamos, urgentemente, voltar a comer comida de verdade. E abandonar ou diminuir consideravelmente a utilização desses produtos processados e ultra processados. Uma dica boa é sempre olhar o rótulo dos alimentos que compramos, quanto mais ingredientes tiverem, quanto mais estranhos forem seus nomes, com muitas palavras difíceis, número e siglas, isso indica que não é um bom produto para se consumir", explica Ana Paula.
Crédito: Freepik