Saúde
Organização Mundial da Saúde alerta para aumento de casos de sarampo
por Giana Cunha
A Organização Mundial da Saúde acendeu um alerta em relação aos casos de sarampo. A estimativa é de que 142 milhões de crianças estejam vulneráveis à doença em todo o mundo por não terem sido vacinadas, sendo que 62% delas vivem em países de baixa e média renda, onde os riscos de surtos são maiores.
De acordo com a conselheira técnica para Sarampo e Rubéola da entidade, Natasha Crowcroft, há um aumento significativo de casos da doença em quase todas as regiões do mundo. A OMS aponta que, das seis regiões monitoradas, cinco registram aumento. O alerta fica por conta das Américas, que ainda não registraram elevação nos números.
Só em 2023 foram reportados mais de 300 mil casos de sarampo, em 51 países o que representa um aumento de 79% em relação ao ano anterior. As mais recentes, segundo Natasha, apontam para mais de 300 mil casos de sarampo reportados ao longo de 2023, um aumento de 79% em relação ao ano anterior. A estimativa é que, em 2022, o número de mortes por sarampo tenha aumentado 43%, totalizando mais de 130 óbitos. Os dados de 2023 ainda estão sendo contabilizadose 2024 já está sendo considerado um ano desafiador. AOMS aponta que mais da metade dos países do mundo sejam classificados como em alto risco ou em altíssimo risco para surtos da doença até o final do ano.
Essa é mais uma consequência da pandemia de Covid-19, já que por conta do isolamento muitas crianças não foram imunizadas contra o sarampo. A cobertura vacinal no mundo contra o sarampo, de acordo com dados da OMS, está em 83%, o que não é suficiente, uma vez que a doença é altamente contagiosa.
A doença
A doença é altamente infecciosa e pode levar à morte. A transmissão acontece quando a pessoa infectada tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas. Os principais sinais do sarampo são manchas vermelhas no corpo e febre alta (acima de 38,5°) acompanhadas de um ou mais dos seguintes sintomas: tosse seca, irritação nos olhos (conjuntivite), nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso. Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de cinco anos.
Brasil perde a certificação de país livre do vírus
Desde 2018 o vírus do sarampo voltou a circular no país e em 2019 o Brasil perdeu a certificação de país livre do vírus, concedida em 2016 pela OMS. Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 2018 a 2022, foram confirmados 9.325, 20.901, 8.100, 676 e 44 casos de sarampo no Brasil, respectivamente. Em 2022, confirmaram casos da doença os estados do Rio de Janeiro, Pará, São Paulo e Amapá..
A vacina
O Ministério da Saúde afirma que a maneira mais efetiva para evitar o sarampo é através da vacinação. Atualmente, três tipos de imunizantes previnem a doença: a vacina dupla viral, que protege contra o sarampo e a rubéola e pode ser utilizada para o bloqueio vacinal em situação de surto; a vacina tríplice viral, que o protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola; e a vacina tetra viral, que protege contra o sarampo, a caxumba, a rubéola e a varicela (catapora).