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Leocir Dall’Astra fala sobre ideias de trabalho e alinhamento com jogadores
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por Yuri Cougo Dias
O técnico Leocir Dall’Astra foi apresentado no Bagé na última segunda-feira, 13. Entretanto, as atividades dos dois primeiros dias tiveram que ocorrer e gramado sintético, por conta das condições climáticas. Com o tempo firme, os treinamentos retornaram ao Pedra Moura na quarta-feira, 15, e assim, o treinador iniciou uma análise mais efetiva do grupo de jogadores. Ao Jornal Minuano, detalhou suas ideias de jogo e pensamentos, principalmente para condução do dia a dia do elenco em busca dos objetivos, que é a Divisão de Acesso.
Entendimento dos atletas
Vale lembrar que Dall’Astra foi anunciado no dia 30 de abril, contudo, devido aos bloqueios das estradas gaúchas, conseguiu chegar a cidade apenas nesta semana. No entanto, os treinamentos vinham sendo conduzidos pelo auxiliar técnico Leandro Nunes e pelo preparador físico Rodrigo Alves, que conseguiram chegar a tempo em Bagé, ainda no dia 30. O objetivo principal foi equalizar a parte física, visto que vários jogadores não tinham participado da pré-temporada, pois estavam emprestados para clubes que disputaram a primeira divisão de estaduais espalhados pelo país.
Com relação a parte técnica, Dall’Astra destaca a necessidade do entendimento que o grupo foi formado numa ocasião anterior. “Temos um modelo de jogo e linha de trabalho, mas temos que ser flexíveis. Talvez, o plantel tenha sido construído com outra linha de raciocínio. Precisamos identificar quais são as características dos jogadores e, a partir disso, colocar em prática aquilo que desejamos. Um exemplo: montamos desde o início o Operário de uma forma muito vertical. Em jogos que precisávamos ser reativos, não conseguimos fazer isso, pois a característica era de pressão alta. Deu certo quando pressionamos lá em cima”, destaca ao contextualizar a campanha do título da Série A do Campeonato Sul-Matogrossense, no primeiro trimestre de 2024.
E por mais que se tenha uma ideia estabelecida, Dall’Astra destaca que o alinhamento com o jogador continua sendo essencial. “O mais importante é os atletas. Temos uma ideia, mas se os atletas não comprarem essa ideia, não adianta. É importante chamar o jogador, cativar para o seu lado e dá-lo a confiança para que possa realizar seu trabalho. Nunca imponho nada, sempre dialogo. É como uma empresa. Os colaboradores precisam atuar ao teu favor, e não contra você. Precisamos deixar claro que o resultado final pode ser atingido ou não, isso não se pode controlar. Mas eu tenho controle do comprometimento. O querer é importante”, argumenta.
Cuidado com o momento atual
Em meio aos treinamentos, alguns jogadores precisam lidar com os impactos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Mesmo que o município de Bagé não tenha sido diretamente afetado, há familiares de atletas que passaram, nos últimos dias, por traumas, como evacuação e ficando com suas casas desabrigadas. Nesse sentido, Dall’astra cita o caso do volante Ben Hur, que foi liberado pelo clube para acompanhar a família, que saiu de Eldorado do Sul e está alojado em Guaíba. “Tem todo um contexto que precisamos lidar. Como que vamos cobrar que o Ben Hur esteja aqui e não com a sua família? Quem é pai ou filho sabe o desespero. Lógico que estamos loucos para jogar futebol, mas as pessoas precisam de um tempo para se recuperarem”, complementa.
Enquanto isso, Dall’astra segue os treinamentos para que, quando a Divisão de Acesso estar apta para retorno, o treinador jalde-negro possa estar com a equipe nas melhores condições para continuar a competição.