Social
MUSEU DOM DIOGO DE SOUZA: há 65 anos cumprindo sua missão de preservação, pesquisa e educação
O Museu tem como objetivo pesquisar, coletar, preservar, democratizar, comunicar e educar sobre a diversidade histórica de Bagé e região
por Viviane Becker
Cultura é responsabilidade social
No emblemático dia 20 de setembro, o Museu Dom Diogo de Souza comemorou 65 anos de existência, acolhendo a memória cultural de Bagé.
Um sonho que orgulha Bagé
Nestas seis décadas e meia de história, o Museu, que é mantido pela Fundação Attila Taborda/Urcamp, vem se dedicando a construir diálogos entre acervos, públicos, educadores e sociedade, buscando sempre cumprir sua missão maior: garantir o direito às memórias, o respeito à diversidade, no presente, e, às futuras gerações.
Impossível imaginar o futuro sem lembrar do passado e onde tudo isso começou. Foi em maio de 1955 que o visionário historiador Tarcísio Antonio da Costa Taborda constituiu a primeira demonstração pública “Exposição Histórica e Cultural de Bagé”, uma mostra que reforçava a viabilidade de ser criado um Museu em Bagé.
Acervo
Possui acervo histórico e diversificado oriundo de doações da comunidade, coleção de revistas de Bagé e RS, incluindo mais de 320 tipos e edições de jornais, objetos do cotidiano, imagens sacras, objetos das revoluções, vestuário, coleção de cédulas e moedas, documentos, biblioteca de autores locais, e Biblioteca de Tarcísio Antônio da Costa Taborda. A Fototeca Túlio Lopes tem acervo de cem mil fotos, além do acervo do Museu Patrício Corrêa da Câmara. O Dom Diogo é o principal guardião da história e da cultura de Bagé e região. Nesses 65 anos, vem desenvolvendo inúmeras atividades compatíveis com sua finalidade, baseada no conceito IBRAM de Museu. Os profissionais possuem diversos cursos de mediação, conservação preventiva de acervos, conservação e restauração de papel entre outros. A equipe realiza constante trabalho de pesquisa histórica, artística, patrimonial, museológica para a manutenção de toda a estrutura histórica e cultural que um museu desse porte oferece à comunidade.
A FAT/URCAMP é mantenedora do Museu desde 1969
Da criação aos dias atuais. Foi no dia 20 de setembro de 1956 que o Museu Dom Diogo de Souza foi inaugurado com sede em duas salas da Vila Vicentina, onde permaneceu até 1974. Em março de 1975, o museu deslocou-se para o prédio da Sociedade Portuguesa de Beneficência de Bagé, na Rua Emílio Guilain, nº 759. Em 1969, foi celebrado o convênio, onde o Museu passou a ser mantido e a fazer parte da Fundação Attila Taborda/Urcamp, como permanece sobre sua responsabilidade até os dias atuais. Atualmente, devido à crise econômica agravada pela pandemia, que assola as instituições de ensino, a reitora Lia Maria Quintana vem travando uma grande luta para manter vivo o Museu.
Visitações
O Museu recebe, anualmente, cerca de 12 mil visitantes, entre pesquisadores, estudantes de universidades, escolas municipais, estaduais e privadas. Neste tempo todo, vem sendo o guardião da história de Bagé, o Museu é um grande fomento ao turismo e um dos principais pontos turísticos de quem visita essa terra. A equipe coordenada pelas gestoras Carmen Barros e Maria Luiza Pêgas precisou se adaptar aos novos tempos devido à Covid-19 e, novamente, abriu suas portas para receber o público externo com agendamento com toda segurança, cautela e respeito ao momento. O marco da reabertura do Museu ocorreu em maio, no Dia Internacional de Museus.
Manter a história preservada requer cuidado e investimento. A curadoria do Museu se manteve ativa durante toda a pandemia, sem visitações presenciais, mas com todo o trabalho interno necessário. A equipe precisou reinventar o Museu nesse período e disponibilizou plataformas e mídias digitais que obtiveram mais de 65 mil apreciações.
Cartão postal da cidade
A imponência do prédio que abriga o Museu prepara o público e aguça as sensações do que vão conferir ao adentrar o lendário Dom Diogo. O edifício é semelhante ao Palácio de Queluz, em Portugal, onde nasceu e morreu Dom Pedro I.
O prédio pertence à Sociedade Portuguesa de Beneficência, fundada em 1º de junho de 1870. Uma das construções mais antigas e belas de Bagé foi construída para ser um hospital destinado a atender portugueses da região, em terreno doado pela província. Inaugurado em novembro de 1878, mas não começou a funcionar com o propósito inicial; foi alugado para o Exército Nacional para abrigar a Enfermaria Militar (1893 a 1898).
O próprio prédio que foi reformado com investimento de verba pública, através da lei Rouanet, entre 2004/2005, por si só, já é uma lenda vida. O museu é um terreno fértil para a construção inovadora de marketing para essa cidade, cheia de histórias reais, que vislumbra o turismo que explore essas peculiaridades que só existem aqui.
Sustentabilidade
Esse patrimônio construído possui um dos mais ricos acervos do estado, o que atrai a atenção de visitantes de diversas partes do Brasil. A exemplo de cidades que exploram o turismo, o Museu Dom Diogo, com seus 65 anos de história, construiu uma marca imprescindível que está umbilicalmente ligada à cidade e pode, sim, ser sustentável com apoio de parcerias e da comunidade.
Agraciados pela Lei Aldir Blanc
As curadoras Carmen Barros e Maria Luiza Pêgas relatam a proposição feita pela Associação dos Amigos dos Museus em que o Dom Diogo foi contemplado pela Lei Aldir Blanc, através da Prefeitura de Bagé, para a confecção de um livreto/catálogo voltado à difusão e educação patrimonial, que estará circulando na cidade em breve, sendo distribuído nas instituições de ensino, marcando os 65 anos de sua existência.
Agendamento
Horários de visitação, solicitações de pesquisas presenciais e on-line devem ser agendadas entrando em contato com o Museu pelas redes sociais página no facebook, Instagram, e-mail museudomdiogo@urcamp.edu.br e telefone 3242 8244, ramal 250. Funcionamento de segunda às sextas-feiras, das 8h30min às 11h30min e das 14h às 18h