Fogo Cruzado
Prejuízos econômicos causados pela seca no Rio Grande do Sul somam R$ 42 bilhões
por Redação JM
Os prejuízos econômicos causados pela seca no Estado Rio Grande do Sul, de janeiro de 2020 a março de 2022, já ultrapassaram R$ 42 bilhões, segundo estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Desabastecimento de água para o consumo humano e animal é um dos problemas enfrentados por de 3.617.393 pessoas. Para socorrer o Estado, o governo federal liberou Rï¼ 28,3 milhões, apenas 0,06% do total. Os impactos diretos e indiretos da estiagem motivaram os 1.007 decretos de Situação de Emergência (SE) atestados pela da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério do Desenvolvimento Regional (Sedec/MDR), incluindo de cidades da região da Campanha.
De acordo com estudo da CNM, além da pandemia da Covid-19, em 2020, a seca impactou diversas localidades gaúchas e foi responsável por 560 (51,6%) decretos de anormalidade. Já em 2021, foram 151 (22%); e este ano, até o mês passado, foram 296 (26,3%) pedidos de socorro por conta da falta de chuvas.
Esses números representam perdas econômicas no Estado de: Rï¼ 17,8 bilhões em 2020; Rï¼ 5,8 bilhões em 2021; e Rï¼ 18,2 bilhões em 2022. As áreas mais afetadas são: abastecimento de água (Rï¼ 198,4 milhões), agricultura (Rï¼ 35,2 bilhões), pecuária (Rï¼ 6,5 bilhões), indústria (Rï¼ 6,9 milhões) e comércio (Rï¼ 8,2 milhões). Contudo, outros setores também foram afetados, inclusive a saúde o transporte e os combustíveis.
O governo federal liberou Rï¼ 17,8 milhões (42,5%) em 2020; Rï¼ 5,8 milhões, (13,9%) em 2021; e Rï¼ 13 milhões (43,4%) em 2022. Esses valores foram confirmados pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Rio Grande do Sul (Cedec/RS). Levantamento da CNM indica aponta ainda para a crise hidroenergética, causada pela seca, em 236 Municípios.
Para o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, o governo não ajuda as prefeituras, já que, dos Rï¼ 42 bilhões, as prefeituras não recebem praticamente nada para fazer prevenção. ”Há uma diminuição da agricultura, e, no primeiro momento, procura-se atender o produtor. O que é muito bem-vindo, mas isso não significa dinheiro para a prefeitura. Agora, por exemplo, esse anúncio de Rï¼ 1,2 milhão para o Sul do país e parte para o Rio Grande do Sul é importante para aliviar a situação do agricultor”, explica.
Segundo Ziulkoski, esse dinheiro não é destinado à gestão local, mas é uma possibilidade de os produtores abaterem suas dívidas e/ou alongar o prazo para o pagamento. “É um fôlego para o agricultor, mas não é dinheiro de entra”, disse. Outro aspecto levantado por ele está no reflexo nas perdas no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nos próximos anos, pois nas cidades com fábricas a seca tende a aumentar o valor dos produtos. “É dinheiro que falta lá na ponta para saúde e educação”, destaca.
Com informações da CNM