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Minuano, o início

Em 29/04/2024 às 08:30h, por José Carlos Teixeira Giorgis

 

Revirando o baú encontro a primeira edição deste jornal, datado da sexta-feira 01 de abril de 1994, e previsto para edições semanais, mas felizmente sobrevivo há mais de vinte e cinco anos para orgulho dos bajeenses que neste quarto de século acham nele a notícia diária, o testemunho histórico e o compartilhamento de vivências. Composto em 12 páginas e custo de trezentos cruzeiros, o periódico começava com uma manchete preocupante: ”O município de Bagé empobrece”, completa com outra “Poucos vivem bem”, remetendo a textos da primeira página, encimada por foto que revelava “ruas vazias e poucas vendas no comércio”, anotando através de depoimentos do empresário Ricardo Nocchi Kalil que apelava para a união da comunidade a fim de aumentar a produtividade local e que seria necessário explorar a vocação de Bagé “assumindo as raízes e trabalhando juntos”; e de Norma Vasconcellos, mais otimista, salientando que era preciso ver a partir do buraco da fechadura e que não adiantava chorar o leite derramado, mas num resgate da autoestima, pois “as pessoas só pensam no que perderam e não no que tem”, pontuando dita animadora cultural que o bajeense é avesso às reuniões para pensar juntos, não tem visão coletiva e não gosta de tomar ideias comunitárias. Como verdadeiros herdeiros da cultura luso-espanhola, arrematava Norma, os bajeenses assim como toda a região podem estar mal e não admitem, vivendo no mundo das aparências. O jornal anotava que a Rainha da Fronteira revelava traços de franca decadência econômica devida à conjuntura nacional; as emancipações de Candiota e Hulha Negra que representavam perda de 30% da arrecadação do ICM; e à formação sociocultural, alertando que para retomar o crescimento a cidade tinha de se conscientizar da situação.

Na fala da direção (página 2) dizia-se que apesar do lamento generalizado a publicação chegava com a “força do vento minuano”, almejando atingir todos os recantos “assim como o vento desafia obstáculos e pressões”. E que, apesar da capa estampar a crise de Bagé, estava decidido a tudo enfrentar com garra a bajeensidade com seu brilho e com sua miséria. O Minuano “não tem dono”, não gostava de conjugar o verbo no singular, por isso tinha “vários donos”, era “plural e está a serviço de toda a comunidade”. Nascido na Páscoa, apostava na prosperidade e, ao mesmo tempo com o sabor amargo da morte de Tarcísio Taborda e Neusa Silveira, recordava o que tinha dito o irmão de Tarcísio, o padre Francisco Taborda, que é “preciso acreditar que a morte deve ser encarada como uma transposição de vida e não como final dela”.

Ali, ainda, um culto e poético artigo de Elvira de Macedo Nascimento, pelo Ecoarte/Cenarte/Cultura Sul, proclamando que se devia “varrer o silêncio, o ceticismo, fundar uma esquina virtual oxigenada, livre onde, na leitura, todos se encontrem, se confiram, se espantem, se contraponham, e se curtam, se sintam irmãos na bajeensidade, se apropriem da cidade pelo acontecimento, é o reverso do outono”. Também Morvan Meirelles Ferrugem, então reitor da Universidade da Região da Campanha, em artigo intitulado “Na fronteira da crise”, comparava a situação da cidade em antigas décadas, registrando que ali, Bagé se situava entre 20º e 30º lugar entre os municípios gaúchos, pedindo que se evitasse, com a coesão das forças políticas e sociais que se despedaçasse mais o território com a emancipações, mas se buscasse o fortalecimento da classe política, convencer os detentores do capital local que era necessário investir na indústria, incentivar os que desejassem um novo negócio para novos empregos. Era a hora e momento de agir para não preocupar os descendentes.

A Rádio Difusora e Delta FM desejavam que a nova publicação fosse tão forte como o vento que soprava nos pampas, trazendo sempre a melhor informação. Tais augúrios eram ressaltados também por Waldir Alves Ramos, presidente da Associação Comercial e Industrial de Bagé, saudando para que fosse o veículo democrático da comunidade, estimulando “a vida de nossas instituições sem concorrer com ela”, confiando nas pessoas engajadas nesta tarefa. Também Norma Krolow, pela Socopel, aconselhava ter coragem não é só enfrentar a vida do dia-a-dia”, mas começar o novo dia com muita esperança, lutar e caminhar com perseverança, procurar a vitória e conquistar espaço próprio.

A então Empresa Jornalística Minuano Ltda tinha o seguinte expediente: Diretor-Presidente: Brenorlei Silveira. Jornalista responsável: Angelina Quintana, Relações Públicas: Maria José Duarte,  Departamento Comercial: Leisa Gonçalves Sória, Diretor Social: Gilmar de Quadros, Departamento Jurídico: Luciana da Silveira. Colaboradores: Devanir Rodrigues, Stella Vasconcellos, Suzana Muñoz, Tiarajú Taborda, Euclides de Araujo, Elvira Nascimento, Morvan Meirelles Ferrugem, Frei Clair Zampieron, Frei Durval Muraro, Antônio Karam, Astrogildo Fernandes, Cármen Rodrigues, Miguel Antônio Duarte, João Antônio R. Machado, Paulo César Moreira, Jaime Antônio Bonato, Neri Lopes Pires, José Paulo Dotto e Edson Larronda. Fotos: Jorge Goulart, Marcos Cruz, Caçapava e Diner. Composição: Instituto de Menores. Fotolito e Impressão: Diário Popular (Pelotas). Tiragem: 5.000 exemplares. Endereço: Av. General Osório, 259. Fone: (053) 3242.4341.

Na página política (3), em entrevista para Stella Vasconcellos, Clementino Molina, presidente da Câmara de Vereadores, contava que o Legislativo ia muito bem, com 40 servidores trabalhando bem; que em breve se instalaria um Serviço Odontológico para funcionários e familiares; que havia poucos projetos em vista da situação, que exigia criatividade dos edis; que a maioria deles tinha “medo de copiar ideias”; que os requerimentos, na maioria, diziam com a infraestrutura e o desejo “de colocar a cidade em dia”; quando indagado sobre sua posição em relação ás reivindicações populares, “Molina pede para mudar o rumo da entrevista dizendo que os vereadores acreditam na promessa do Prefeito Luís Alberto Vargas, de atualizar os pagamentos dos municipários e deixar Bagé em dia até maio”. Ainda sobre Economia, em relação à implantação da URV, moeda então criada no âmbito federal, tomaram posições José Airton Menezes, presidente do Sindilojas, José Aveiro, proprietário da Optica Águas, Marta Barbosa, antiquária, Nestor Ferronato, comerciante e Auro Acevedo, pesquisador da Embrapa.

A página 4 do jornal no tópico “Saúde” continha artigo do dr. José Valdir de Souza, secretário da Sociedade Brasileira de Medicina Ortomolecular e diretor da Clínica Osório Ltda, de Osório, RS, sobre  “Medicina Ortomolecular”. No setor “Sugestões”, sendo Páscoa, insinuavam presentes as lojas Objeto Direto, Roda Pião, Estação Oeste e Boticário, todas situadas na Galeria Glória; Dó Maior, do Dalé Center; Água de Cheiro, situada na Av. Sete; e Emugê, livraria. Sob título “Religião”, o capelão franciscano Frei Clair Zampieron escrevia sobre “A família em nossos dias”.

A Página 5, “Rural” divulgava textos sobre “O adubo orgânico é alternativa”, “Implantando do Promosem” e “O Novo Ruralismo”, além de anunciar os remates promovido pelos escritórios Pampa, na Associação Rural; Jarbas Vasconcellos em Pinheiro Machado; e Leiloeira Terra Negra no local Sabino Furtado promvido pelo Fronteira Sul Negócios Rurais (continua).

Fonte: Minuano, Edição Especial, nº 1, Ano 1, de 01 a 07 de abril de 1994.

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