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Editorial

O dicionário de Mathias Nagelstein

Estante da literatura bajeense

Em 02/10/2021 às 06:55h

por Redação JM

por José Carlos Teixeira Giorgis

 

Acha-se que todo advogado deva ser um tribuno de nascença. Mas nem todos apreciam oratória. Tinha o hábito, se convidado, de desculpar-me se também ali estivessem Luiz Maria Ferraz, Jaime da Silva Tavares ou Mathias Nagelstein. Esses eram ícones da palavra. Sedutora, empolgante. E eloquentes no júri. As salas de julgamento lotavam para ouvi-los. Suas inspiradas frases esvoaçavam no espaço silente, apropriadas, persuasivas. E se juntavam ao gesto sóbrio. Peremptório. A entonação madrigalesca. A elegância ciceroneava, bailando no espaço.

Mathias foi um dos meus melhores e leais amigos. Desprendido, resoluto. Desde a adolescência. E a quem devo alguns triunfos pessoais. Não teria sido magistrado se ele não houvesse instado para acompanha-lo no governo de Alceu Collares, também seu amigo cativo. Teria ficado aqui, lambendo as feridas da campanha municipal, seguido trajetória política cujo porvir não imagino. Quando, por carência de nomes para formar comigo a candidatura à prefeitura, o partido pensava em outra mulher, um negro ou um evangélico para parceiro, e estes todos refugaram, foi Mathias que, mesmo em Porto Alegre e com sua filha em restabelecimento de grave acidente, veio em socorro, escrevendo com um grupo de meus familiares, de fiéis companheiros de partido, ou fora dele, uma página de esforço e dignidade ante adversário invencível em pleito exemplar, cujas façanhas ainda se recorda, pela coragem e dificuldades.

Profissional laureado, vereador, gestor partidário, Procurador-Geral do Município de Porto Alegre, Chefe da Casa Civil, Juiz e Presidente do Tribunal Militar do Estado, Mathias era um dos mais estimados professores da Faculdade de Direito, na PUC-RS onde lecionava a cátedra de Direito Penal, outro de seus afetos.

E ali, mercê de seu saber jurídico na disciplina, de sua experiência como mentor e com estilo erudito, acadêmico, escreveu um “Dicionário Básico de Direito Penal “, publicado pela Editora Verbo Jurídico (2002).

A obra é invejável repositório de verbetes oriundos da ciência criminal onde o autor debulha com maestria os intrincados conceitos com que lidam advogados e juízes, numa linguagem agradável, consistente. Que tem a marca do predicado, consoante salienta o desembargador José Eugênio Tedesco, que foi juiz em Bagé; e que preenche uma lacuna, por produto qualificado, como agrega o hábil membro do Ministério Público Marcelo Roberto Ribeiro, ambos com notas no volume. Um breviário, livro de consulta rápida, que não aprofunda os temas, alerta Mathias, mas enseja orientação, um movimento inaugural para longas jornadas de pesquisas, cuja ambição, diz ele, é proporcionar o passo inicial para a caminhada que o consulente cuida de empreender.

O dicionário, afirme-se, é um estatuto imprescindível ao bom criminalista.

 

                                                                      

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