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Cartórios apontam que Bagé tem média de 21 órfãos por ano desde 2021

Dados, pela primeira vez consolidados a nível estadual, mostram ainda que, em 2021, a Covid-19 foi responsável por ao menos um oitavo da orfandade no município

Em 29/11/2024 às 14:51h
Melissa Louçan

por Melissa Louçan

Cartórios apontam que Bagé tem média de 21 órfãos por ano desde 2021 | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Foto: Divulgação

Levantamento inédito realizado pelos Cartórios de Registro Civil do Rio Grande do Sul aponta que 21 crianças e adolescentes de até 17 anos ficam órfãos de pelo menos um de seus pais por ano em Bagé. Os dados, pela primeira vez consolidados a nível estadual, mostram ainda que, em 2021, a Covid-19 foi responsável por ao menos um oitavo da orfandade no município, correspondendo a duas crianças que perderam seus pais por conta da doença em um total de 16 órfãos.

O levantamento abrange o período de 2021 a 2024, quando foi possível realizar o cruzamento dos dados dos CPFs dos pais existentes nos registros de óbitos com o registro de nascimento de seus filhos, possibilitando averiguar com exatidão o número de órfãos no país ano a ano. Até a metade de 2019 não havia a obrigatoriedade de inclusão do CPF dos pais no registro de nascimento, inviabilizando uma correlação exata entre ambos os registros, número que ficou consolidado a partir de 2021.

"Esses dados inéditos trazem uma reflexão importante sobre o impacto social da orfandade no estado. Com o levantamento realizado a partir do cruzamento dos dados dos CPFs dos pais existentes nos registros de óbitos com o registro de nascimento de seus filhos, podemos evidenciar a necessidade de atenção e políticas públicas voltadas ao amparo dessas crianças”, explica o presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado do Rio Grande do Sul (Arpen/RS), Sidnei Hofer Birmann.

Segundo os dados consolidados pela Arpen-RS via ON-RCPN, além dos 16 órfãos contabilizados em 2021, o ano seguinte registrou 20 crianças que perderam ao menos um dos pais, enquanto 2023 registrou um aumento para 25 órfãos e, até outubro de 2024, o número já totaliza 23, o que deve superar o recorde do ano passado neste período.

Fenômeno da Covid-19

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Os dados consolidados do levantamento dos Cartórios de Registro Civil apontam que a Covid-19 deixou, desde 2019, 2 crianças órfãos de pelo menos um de seus pais em Bagé. Se forem consideradas doenças correlacionadas ao coronavírus no período, como Insuficiência Respiratória – 5, o número pode chegar a ao menos 7 crianças órfãos por causa de doenças relacionadas à Covid desde 2019.

O levantamento ainda aponta reflexo no aumento do número de órfãos em razão do falecimento de seus pais em doenças como Infarto, AVC, Sepse e Pneumonia, que estiveram relacionadas com a pandemia nos últimos anos.

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